O Sindibor participou da 2ª edição do Fórum Fiesp de Atualização
Sindical, realizado nesta quarta feira, 17.10, tendo como mediador o seu
Presidente Executivo e também Diretor Departamento Sindical e de Serviços da FIESP
Reynaldo Lopes Megna.
O evento teve como objetivo central a apreciação do sistema sindical em
outros países, estimulando a análise crítica fomentadora de soluções criativas
para os sindicatos patronais e às possíveis mudanças no sistema de
representação.
Contou com a participação de 15 palestrantes, dentre os quais, o ex-
presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Dr. Almir Pazzianotto Pinto, a
Desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região de SP, Dra. Sônia
Mascaro e o pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP –
FIPE, Prof. Hélio Zylberstajn.
Reynaldo Megna, mediador do Painel “Modelos de Gestão de Relações Sindicais e o
Futuro do Sindicalismo no Mundo” promoveu debate sobre experiências
negociais e de gestão praticadas dentro e fora do País, práticas e conceitos
enquanto propostas de incorporação/adaptação à realidade do Brasil, analisando
a coexistência dos interesses empresariais com os objetivos de representatividade
dos sindicatos patronais.
A Desembargadora aposentada do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª
Região, Maria Cristina Mattiolli, destacou, entre os objetivos da Reforma
Trabalhista, maior segurança jurídica, intervenção mínima na negociação
coletiva, menor índice de informalidade e reconhecimento de formas atípicas de
trabalho, bem como liberdade de terceirização independentemente de atividade
fim ou meio. O modelo de sindicalização americano permanece o mesmo desde 1935
e sob este sistema apenas 30% dos trabalhadores postulam uma eleição. Somente
se a maioria dos trabalhadores decidir por serem representados é que serão
sindicalizados, num modelo de ‘entreprise-level
bargaining”.
Mas Mattiolli faz a seguinte pergunta: por que os nórdicos possuem grande
número de sindicalizados? As taxas chegam a 74% na Finlândia, 70% na Suécia,
67% na Dinamarca, 52% na Noruega, sendo lanterninhas Alemanha com 18% e França
com 8%. Ela exemplifica que os benefícios relativos ao seguro-desemprego são
pagos pelos sindicatos, embora as contribuições possam ser fortemente
subsidiadas pelo Estado. “Por isto os
percentuais de filiação nos países nórdicos são tão elevados, pois eles estão
enquadrados neste sistema. Para se beneficiar, pode-se exigir a filiação”,
avaliou.
Em sua opinião, a crise econômica generalizada exige o fortalecimento do
diálogo social, pois há impacto no cenário da negociação coletiva e das
relações industriais em todos os níveis. Exige-se inclusive a reinvenção dos
próprios sindicatos em função do grande desafio que se impõe com a queda de
sindicalizados. Então, deve-se buscar os jovens trabalhadores, os que se
encontram em plataformas digitais e os não enquadrados em trabalhos
considerados ‘padrão’ para vencer a
fórmula envelhecimento da força de trabalho versus falta de integração dos
jovens no mercado de trabalho. “O custeio
do sindicato no mundo é uma questão extremamente sensível”, afirmou.